Achava a tudo chato, a todos bobos. E cá entre nós, já sofreu um bocado! Havia um bloqueio e isso a deixava com com o coração apertado, claro, ninguém poderia saber. Ela tinha um coração? Sim, sempre teve, porém o preferia adormecido.
Várias pessoas passaram, muitos a criticaram, mas continuou a mesma. Sempre vazia e com uma má resposta na ponta da língua. E ai de quem tentasse algo sério, era um fora certo! Assim, deixou alguns caras passar, arrisco até dizer bons caras. Nem ela mesma entendia o por quê de tanta proteção...
Algum dia, em mais uma de suas noites vazias, com pessoas supostamente assim, sem esperar por nada. Apareceu ele, o cara que logo a deixaria com "a pulga atrás da orelha". Pois é, o tal cara se aproximou sem tentativa alguma, enquanto ela pensava... "Mais um... coitado!". A festa toda sem tentar nada, em uma boa conversa... O que estava acontecendo? Este fugira à regra?
Ela o achou meio bobo, meio estranho, meio sem jeito. Não sabia nada sobre o tal rapaz, além do número do seu telefone, que deixou anotado em um pedaço de papel. Ah, sabia também que a deixara de um jeito que nunca havia ficado antes. Estaria ela apaixonada? Como deixou que isso acontecesse?
Bom, foi cedo demais para tantas questões... Apenas sentiu e soube que era forte, porém não do que se tratava. Era no mínimo estranho vê-la daquele jeito, e em tão pouco tempo. É, o tal rapaz a deixara completamente, cegamente e inexplicavelmente apaixonada...
Logo ela que se dizia ser "inatingível à essa tal paixão". Não teve para onde fugir, não agora, depois de tantas SMS's perdidas pelas madrugadas, tantos pensamentos, tantos planos. Fora as mensagens perdidas nos rascunhos e as palavras ensaiadas nunca ditas. Perceberam que a paixão era recíproca e que não tinham mais condições para ficar longe um do outro...
Ontem recebi o convite para sua festa de casamento, onde não couberam todos os agradecimentos pelo dia em que seu coração foi resgatado...
Léa Valenti
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